No programa Arena Sportv, do dia 8 de outubro de 2008, do Canal 39 do SPORTV, da Rede Globo de Televisão, o assunto que iniciou o programa foi praticamente relacionado com o repertório e desempenho, em entrevistas, de jogadores de futebol e repórteres, de um modo geral. Argumentou-se que está ocorrendo, de ambos os lados, um aumento sensível no bom desempenho de todos os envolvidos nesse processo. O tema desse assunto foi colocado para discussão e apreciação dos convidados do apresentador do programa, o jornalista Cléber Machado que, diga-se a bem da verdade, sempre se coloca como um moderador de eficientíssima qualidade, tanto no aspecto cultural de uma maneira ampla, como no jornalístico. Mas gostaríamos, mesmo, de falar, aqui, em nosso BLOG, Letras Futebol Clube, sobre um fato importante que está acontecendo no mundo do futebol. Trata-se de uma aceleração significativa do comportamento dos jogadores de futebol diante dos microfones e câmaras de televisão. Como este comportamento melhorou! Como melhorou sua comunicação, através da linguagem oral, com os repórteres, no campo de jogo e nos estúdios de televisão! Observamos poucos equívocos gramaticais; poucos vícios de linguagem; poucos barbarismos lingüísticos, enfim, uma razoável assimilação de conteúdos, inerentes à comunicação oral. A Língua Portuguesa não se apresenta tão estropiada como nas entrevistas de antigamente, nem a sintaxe está sendo tão vilipendiada como nos tempos de antanho. O raciocínio lógico está sendo construído com clareza e as idéias se apresentam bem colocadas, fazendo com que as respostas dos entrevistados batam quase que rigorosamente com as perguntas feitas pelos entrevistadores. Mas, é sempre bom lembrar que os dois lados, algumas vezes, “pisam na bola”, como se diz na gíria ou linguagem especial do futebol. Porém, o indicador mais significativo, para comprovar tudo isso que foi dito, também, no início do programa de Cléber Machado, é que desapareceu das páginas de humor de nosso rádio, de nossa televisão e de nossas revistas a figura do mau jogador de futebol, como fazia o genial Chico Anísio, na década de 80, colocando na voz de sua inesquecível personagem, Coalhada, uma série infindável de asneiras, caracterizando o mau desempenho de uma função social: o jogador de futebol, desqualificado culturalmente para a profissão que o faria financeiramente independente. Coalhada era o jogador de futebol à mercê dos cartolas, despreparado para as funções, cheio de vícios e ávido de fama. Pertenceu a um discurso de sátira (humor como riso) que criticava os representantes da cultura comunitária. No caso, Coalhada inseria-se na segunda fase das sátiras de Chico Anísio, a que estava ligada à metrópole, representativa da República Nova. Eram sátiras caracterizadas pelas críticas às instituições sociais das grandes cidades, como também a personagem Azambuja, o malandro, o vigarista picaresco, uma crítica à situação econômica da época. Hoje, percebe-se que houve uma aceleração cultural das massas e não vemos mais essas figuras nos programas de humor como riso, em qualquer segmento da mídia. Contudo, temos a certeza de que isso acontece muito mais pela mediocridade das produções, por desconhecimento teórico do assunto, do que pela falta de matéria prima.
ATÉ BREVE
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