

Mas não só o rádio transmite e comenta as partidas de futebol. A televisão também, lá nos estádios, está presente. Ela é um meio frio de comunicação de massa, porque fornece baixa quantidade de informação, pois permite mais participação ao propor somente uma complementação informativa e inclui o receptor na própria mensagem, como um reflexo das ocorrências de suas realidades e experiências cotidianas. No caso das transmissões de jogos de futebol, a televisão mostra o campo de jogo numa telinha minúscula (em relação à realidade) e colorida, tudo já do conhecimento do espectador e a imagem é apresentada como arquétipo do que de melhor existe e impossível de ser melhorado. Por tudo isso e muito mais a falação diminui, diminuindo o ritmo da locução, pois a imagem fala por si só. Pelo poder mágico da televisão, cuja luz vem de dentro do próprio recinto iluminado, onde está o receptor (diferente da sala de projeção cinematográfica), ela atrai todos os olhares para si. Então, entram em cena os recursos eletrônicos e os efeitos sensacionais de engenharia computacional que cativam definitivamente o receptor, identificando-o com a maravilha, tornando-o, também, fantasticamente maravilhoso. Todos os fenômenos advindos dessa tecnologia vão produzir um receptor que multiplicará o que ouve e será o reprodutor dos termos, das expressões e dos conceitos que ouve. Mais uma vez, fica registrada a grande importância dos locutores e comentaristas dos jogos transmitidos pela televisão e o que eles falam repercute muito mais do que imaginam. Portanto, é preciso reformular a maneira de como hoje as emissoras de televisão transmitem seus jogos de futebol. O locutor deixa de se referir às jogadas para tecer comentários sobre estatísticas tolas, que não levam a nada e cansa o telespectador. Ao mesmo tempo o comentarista responsável pela parte técnica da partida não fala muito sobre o que ocorreu o o que está ocorrendo, preferindo divagar sobre outras coisas, num subjetivismo nada interessante. Então, as “fofocas” surgem aos borbotões, irritando aquele “maravilhoso” telespectador, atingido por tecnologias eletrônicas de ponta e por pequeninas bobagens sem pé nem cabeça. Por isso, sou um ferrenho crítico desses profissionais. Mas, também, suavizando o final desses comentários, digo, altaneiro, que eles são os melhores materiais didáticos que tenho para as minhas aulas.
ATÉ A PRÓXIMA.