PESQUISE NUMA BOA

terça-feira, 17 de novembro de 2009

FUTEBOL NÃO É SÓ TRABALHO, NÃO!


Luís Fabiano, no intervalo do jogo entre Brasil X Omã, realizado hoje, 17 de novembro de 2009, disse ao repórter da Rede Globo de Televisão: “...ele está dificultando o meu trabalho”. A referência era ao goleiro de Omã que defendia tudo que os jogadores brasileiros disparavam em direção à sua meta. Ora, futebol pode ser considerado trabalho, sim. O profissionalismo nesse esporte existe e é claro que os jogadores são trabalhadores. Isso é o futebol-profissão. Mas o futebol é também prazer lúdico. E quando o jogo está rolando, como se diz na linguagem especial desse esporte de massas, o futebol deixa de ser trabalho para ser também prazer. A prova disso é a comemoração dos jogadores após o gol marcado. Eles vibram como nunca vibram os trabalhadores de outras áreas, em qualquer tipo de função. Nunca vi um trabalhador da construção civil pulando de alegria ou abraçando seu colega de trabalho por assentar uma fileira inteira de tijolos numa parede de um prédio em construção. Nunca ninguém presenciou, dentro de um escritório de contabilidade, um funcionário com o punho cerrado, comemorando estridentemente o fechamento de um balanço, no qual, dias atrás, faltavam alguns centavos para zerar as colunas TER e HAVER, das planilhas da página principal do seu Microsoft Office Excel. Estou para ver ou ter notícias de algum trabalhador que tenha colocado o dedo indicador na sua própria boca, em bico, mandando os fregueses da loja ao lado ficarem caladinhos, pois estão comprando mais caro televisões, geladeiras, rádios, aparelhos de ar condicionado e muitas outras coisas na loja do concorrente. Minha gente, vamos acabar com essa besteira de dizer que futebol é um trabalho como outro qualquer. A isso já me referi em inúmeras crônicas e artigos. Futebol é trabalho por associação à relação do tipo: faço isso para ganhar dinheiro. Na disputa, em campo, é emoção, paixão, ansiedade, diversão acima de tudo. Se futebol fosse só trabalho, as transmissões por rádio e televisão, bem como os comentários dos locutores seriam substituídas por pronunciamentos, declarações, relatórios, resenhas, exposições, atas e outras formas denotativas frias de registrar acontecimentos.

ATÉ A PRÓXIMA

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