Já falei sobre os nomes próprios masculinos do futebol brasileiro que são publicados no diminutivo. Isso é raro nos goleiros. Não me vem à memória nenhum nome de jogador desta posição que tenha seu nome no diminutivo. Parece que nessa posição o jogador tem de ser mesmo grandalhão e não cabe lugar para ninguém de estatura mediana. Mas o diminutivo não dá a grandeza dimensional do jogador. É sempre uma forma lingüística muito mais afetiva do que referencial. Mas por que será que os nomes dos goleiros quase não apresentam o sufixo diminutivo? Talvez para não estigmatizar o jogador que tem uma difícil missão em campo, a de impedir que o adversário conquiste a vitória, assinalando os gols. Há nomes diminutivos que resumem uma figura antitética, isto é, denotam justamente o contrário, para dar maior expressividade ao termo ou marcam afetivamente a pessoa caracterizada. Temos inúmeros exemplos em todas as modalidades de esportes, desde o tênis, com o nosso olímpico “fininho”, até os inúmeros “-inhos” e “-zinhos” de todos os esportes de massa, como aparecem às centenas, no futebol. Mas quero, hoje, me concentrar num goleiro do Fluminense dos meus 9 ou 10 anos de idade, quando, realmente, decidi torcer pelo tricolor carioca. O Super-Campeonato de 1946, ganho pelo esquadrão das Laranjeiras, foi decisivo para que eu ingressasse na maravilhosa e eterna torcida do Campeão de Álvaro Chaves. Também mão sei como decorei até hoje aquele magnífico time. Dizia-se num ritmo bem definido, parece que pela disposição dos jogadores em campo, de três em três nomes, do goleiro ao meio-campo. Depois, uma linha de cinco jogadores, assim: Robertinho, Gualter e Haroldo : Pascoal, Telesca e Bigode : Pedro Amorim, Ademir, Careca, Orlando e Rodrigues. Nesse ritmo, os nomes de todos os atletas ficavam muito sonoros... Esses nomes de meus ídolos da distante infância não saem de minha lembrança e a saudade de suas façanhas só me alentam, para, cada vez mais, perceber que estamos novamente muito perto de uma super-façanha: a conquista tão esperada de um título internacional, agora com sabor de revanche. Tentarei assistir ao encontro, mas, se não puder ir ao Maracanã, pois atualmente moro muito distante do Rio de Janeiro, vou acompanhar os lances do jogo contra a LDU, ouvindo alucinadamente o Garotinho tricolor, José Carlos Araújo, que também tem no nome o mesmo sufixo do Robertinho, goleiraço do Super-Campeonato de 1946. Que a magia futebolísticas dos craques daquela época, envolva todo o time de Cuca & Cia, e que venha a LDU e o título da Sul-americana irá para as Laranjeiras.
Na foto (in, Blog SÓ SÚMULAS) o Time Super-Campeão de 1946: Robertinho, Gualter, Pascoal, Haroldo, Pedro Amorim, Ademir, Telesca, Rodrigues, Careca, Bigode e Orlando.
ATÉ A PRÓXIMA
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