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terça-feira, 15 de julho de 2008



A LÍNGUA PORTUGUESA E O FUTEBOL



M E T O N Í M I A


Metonímia - Em sentido lato, isto é, em sentido amplo, “é a figura de linguagem que consiste na ampliação do âmbito de significação de uma palavra ou expressão, partindo de uma relação objetiva entre a significação própria e a figurada. Com esta definição, a metonímia abrange a sinédoque” (Cf. Mattoso Câmara Jr., Op. Cit., 1999, p.167). Um exemplo. Cem cabeças de gado. Stricto sensu, isto é, no sentido mais limitado, as principais relações na metonímia são: a) lugar pelo produto; b) causa pelo efeito; c) matéria pelo objeto; d) marca pelo objeto; e) sinal pela coisa significada; f) abstrato pelo concreto; g) autor pela obra; h) continente pelo conteúdo. No futebol, quer dizer, nos textos que falam do futebol, podemos encontrar muitas situações em que a METOMÍNIA se faz presente. Vamos exemplificar com alguns termos, como: BANCO - BANDEIRINHA - BARBANTE - BICO e muito mais. Vejam lá.1- BANCO - Significa todos os jogadores reservas que ficam sentados no banco e estão aptos a jogar. Guarda uma noção de plural o que, talvez, justifique a frase dita, um dia, por um técnico de futebol: - “O banco do meu time são de jogadores excelentes”. Ouvem-se, ainda, sem relação ao que foi dito antes, expressões como: “Qual é o banco do Fluminense?”; “Romário está no banco?”. Termo usado, por metonímia, na linguagem esportiva em geral.




2- BANDEIRINHA - Auxiliar de arbitragem nas partidas de futebol, que assinala as faltas, impedimentos, laterais, levantando uma pequena bandeira (vermelha ou amarela ou quadriculada em vermelho e amarelo). Atualmente envia um sinal eletrônico, recebido pelo árbitro, chamando a sua atenção para algo mais sério, que por ventura aconteça. BANDEIRINHA é substantivo comum, masculino ou feminino, pois já há mulheres nessa função de auxílio aos árbitros. O diminutivo é afetivo. BANDEIRA e BANDEIRINHA são casos de metonímia. Atualmente, muitos locutores e comentaristas esportivos, principalmente os que trabalham nas emissoras de televisão, empregam a expressão auxiliar da arbitragem, uma forma de falar, que mostra como a linguagem do futebol está se sofisticando, infelizmente. Existe, também o termo BANDEIRINHA (só subst. fem.) com valor denotativo, sem nenhuma metáfora ou linguagem figurada. Trata-se de uma pequena bandeira, mesmo. Pura denotação. É a bandeirinha pregada na parte superior das estacas, fincadas no chão, nos ângulos retos da figura geométrica retangular, que delineia o campo, onde se pratica o jogo futebol.




3- BARBANTE - Nome que se dá às redes que envolvem as balizas. Como as redes são feitas de corda de náilon, espécie de fibra têxtil sintética e parecem com barbante, que é feito com algodão, fica registrada a metonímia: a matéria pelo objeto. Ouve-se: “Foi no barbante”. Usa-se, também, com o mesmo sentido, o termo “filó”.



4 - BICO - No futebol é usado em expressões como: “Deu de bico”, “Bicão pra cima” etc. Caso de sinédoque: parte pelo todo. BICO refere-se à parte frontal da chuteira, o calçado especial para a prática do futebol. BICÃO: BICO + suf. ão. No basquete, as expressões “Deu bico” e “No bico” significam que a bola lançada em direção à cesta bateu no aro e voltou para ser disputada. Neste caso não ocorre metonímia. Então, gostaram?Indiquem nosso SITE e nosso BLOGGER para quem gosta de futebol.




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Postado por Professor Feijó às 2:39 PM 0 comentários
28 de Fevereiro de 2007



No início do ano letivo, apresentamos sempre uma série de fenômenos gramaticais que já devem ter sido esquecidos por muita gente que estudou até o último ano do segundo grau. Mas é bom recordar, principalmente quando relacionamos esses fatos gramaticais com um esporte de massas como é o caso do futebol. É isso mesmo: futebol também é cultura!
Hoje veremos o tal de EUFEMISMO. Vocês sabem o que é isso? Estão esquecidos?
Vejamos, então. EUFEMISMO é a suavização de uma idéia ou de um acontecimento, ou de um fato, que poderá chocar por seu realismo. É, portanto, uma enunciação atenuada de idéia ou coisa tida como desagradável, grosseira ou indecorosa em determinado meio social. O termo ou a expressão é substituído por outros de sentido mais impreciso ou aproximado. Por exemplo. Em vez de dizermos "ele morreu" para darmos a notícia do falecimento de alguém, dizemos que ele en
tregou a alma ao criador...Agora, muito interessantes são os comentários esportivos, em Portugal, principalmente na imprensa, nos jornais especializados em futebol. Alguns jornalistas, tentando eufemizar algumas situações, isto é, tentando criar um EUFEMISMO, utilizam expressões muito estranhas e até engraçadas, com muito giro, como falam nossos irmãos de além-mar. O que vamos apresentar agora, leva-nos a admitir que foi pior a emenda do que o soneto. Vejam, lá: "Ele levou com uma bola naquele local que se usa para fazer bebés, mas está tudo correndo bem " (Jornal Record, 27/09/95, p.11).
No Brasil, chama-se SOPRADOR DE APITO, o péssimo árbitro de futebol, como fazia Mário Vianna, antigo comentador de arbitragens nas rádios e ex-árbitro da Federação Carioca de Futebol, do Rio de Janeiro. Mas isso foi há muito tempo...




Ficamos por aqui. Gostaram?




Postado por Professor Feijó às 3:44 PM 0 comentários

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