PESQUISE NUMA BOA

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FALTA EDUCAÇÃO E SOBRA GRANA, MUITA GRANA

Neymar teve um comportamento, no meio e no fim da sua última atividade de trabalho, não muito diferente daquele que inúmeros adolescentes praticam nas escolas públicas brasileiras que freqüentam. Xingou colegas e dirigentes e bateu boca com todo mundo, num linguajar pobre e chulo. Isso é muito comum nas escolas das periferias das grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo. Esses jovens sem nenhuma ou quase nenhuma educação formal, vivendo em comunidades muito deterioradas quanto aos mais comezinhos princípios de respeito ao próximo, órfãos de todos os atributos pertinentes à cidadania, não chegam a absorver quase nada do que lhes é passado pelos abnegados professores dos primeiros níveis da educação de base. Enriquecem rapidamente no futebol, graças a um talento intuitivo no trato da bola, mas continuam sem nenhum sinal de transformação no seu comportamento, mesmo assistindo a umas aulinhas aqui e ali, de vez em quando. Suas famílias dependem totalmente desses meninos e tentam preservar a qualquer custo essa pedra preciosa ainda bruta, sem deixar ninguém burilá-los, pensando que o esmeril irá machucá-los. Em São Paulo os alunos ainda passam de ano automaticamente. Um absurdo. Eles ficam quatro horas na escola e vinte na rua, quase sempre extensão de suas casas. Aprendizagem, que é bom, não pode ocorrer nessas circunstâncias. E por muitos outros motivos, a educação faliu no Brasil. Pode se lembrar, caro leitor, do poeta, pois tudo isso seria uma rima, não seria uma solução!
Dizem que Neymar já tem 18 anos, não é? Então, tem título de eleitor e pode votar para eleger um Presidente da República, não é? Se matar alguém vai para cadeia comum, pois não é mais "di menor", não é? Já pode ter conta em banco e pode casar, ter filhos, separar, pagar pensão, não é? Mas Neymar ganha mais do que seus patrões todos. Nenhum diretor do Santos Futebol Clube ganha o que esse menino com cara e atitude de moleque ganha, não é? Então, senhores jornalistas, comentaristas, formadores de opinião esportiva, não adianta falar mais nada. Não adianta entrevistar nenhum diretor do Santos Futebol Clube para pedir explicações sobre a punição, não do jogador mal-educado, mas sim de seu técnico, que teve um lampejo educativo, propondo a sua suspensão por tempo indeterminado, pois qualquer multa em seu salário seria ridículo. Não representaria nada. O infrator ganha muito, muita grana, mesmo! O Clube investiu muito dinheiro nesse negócio chamado Neymar, que virou coisa, papel-moeda e está virando celebridade entre a meninada, entre seus equivalentes e seus amiguinhos mais chegados. Tomara que não atinja o topo do Podium alcançado pelo seu ex-colega do Flamengo...



ATÉ A PRÓXIMA

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